quarta-feira, novembro 21, 2007

ANA dificulta base da Ryanair

O crescimento da Ryanair no Porto está pendente de negociações com a ANA. A companhia aérea de baixo custo considera que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem todas as condições para receber uma base operacional, mas os custos são “demasiado elevados”.
A construção de uma base de operações da Ryanair, no Aeroporto do Porto, depende de Lisboa. A conclusão é do presidente da companhia aérea de baixo custo, Michael O’Leary, que ontem apelou à ANA para “dar ao Porto liberdade para crescer e ser mais criativo”, permitindo a instalação uma base operacional no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Os custos demasiado elevados praticados pela empresa que gere os aeroportos nacionais são a razão invocada pela Ryanair para escolher aeroportos noutros países onde, segundo O’Leary, a diferença de preços é de duas ou quatro vezes inferior. A instalação de uma base da Ryanair no Porto permitiria um crescimento até aos três milhões de passageiros. “As autoridades de Lisboa estão a bloquear um enorme crescimento do turismo”, considerou Michael O’Laery.
A construção de uma base da Ryanair, com três ou quatro terminais, implicaria um investimento de mais de 200 milhões de euros. Valência, Bristol e Belfast são exemplos de aeroportos que ofereceram condições mais vantajosos e, por isso, foram contemplados com uma base da maior companhia área de baixo custo. “Não se pode cobrar preços de Lisboa quando se quer ter uma base de uma companhia de baixo custo no Porto”, sustentou Michael O’Laery, lembrando todos os restantes aeroportos onde a empresa opera “querem ser a próxima base”. Em meados de Dezembro, será anunciado o local da próxima base da Ryanair. Itália, Polónia e Espanha estão na frente da corrida. Em Fevereiro e em Agosto do próximo ano, deverão ser anunciadas mais bases. A opção Francisco Sá Carneiro “depende de uma boa proposta” da ANA. “Continuaremos a dialogar, mas as decisões são em Lisboa e não aqui ”, lamentou Michael O’Leary, ressalvando que a companhia tem excelentes relações com o director do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Fernando Vieira.“São negócios grandes e difíceis, que demoram o seu tempo”, afirmou Fernando Vieira. O director do Aeroporto do Porto reconheceu que tanto a ANA como a Ryanair têm vontade de o concretizar e que a região tem mercado, mas escusou-se a adiantar quais os pormenores que estão a empatar o negócio. “São negociações difíceis que podem acabar bem ou mal. Somos mais caros e mais baratos que outros aeroportos”, disse, adiantando apenas que se está na fase de fazer contas. “Ambos sabemos fazer contas”, acrescentou.“Não é uma questão de quem perde ou de quem ganha. Ambos podemos ganhar por ter mais tráfego”, acrescentou Michael O’Laery. “O potencial de crescimento da Ryanair é aqui no Porto”, frisou o presidente da companhia. A intenção de instalar uma base no Porto existe desde 2003. “Não nos querem em Lisboa”, disse O’Laery em tom irónico.
A Ryanair opera no Porto, desde 2005. Actualmente, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro estão disponíveis 13 destinos. A companhia aérea de baixo custo gerou mil postos de trabalho e transportou quase um milhão de passageiros, sobretudo turistas que gastaram 125 milhões de euros na região. Segundo Fernando Vieira, a Ryanair é a grande responsável pelo crescimento de 17 por cento do Aeroporto do Porto, sendo o segundo maior cliente.

Notícia do "O Primeiro de Janeiro"

Sendo reconhecido por toda a gente que a Zona Norte precisa de apoio para inverter a tendência de desemprego e atrofiamento económico, não seria esta uma boa forma de promover o emprego (directo e indirecto) e a actividade económica (particularmente o comércio e turismo)? Ou será que o crescimento do aeroporto do Porto incomoda alguém?

1 comentário:

Anónimo disse...

Nunca se esteve, nem tão perto, nem tão longe, de se abrir uma base Ryanair no Porto. A disponibilidade da empresa Irlandesa é directamente proporional à flexilibilidade da ANA e, consequentemente, depende do bom senso da empresa que gere os aeroportos nacionais. O marasmo da economia nacional, particularmente a nortenha, justificaria por si só a cedência por parte das autoridades nacionais, no entanto, a arrogância dos negociadores portugueses (vulgo negociação liderada pela ANA) condena a economia nacional a mais um revés. Em nome do persistente sistema feudal carregamos o fardo das más opções tomadas pelos incompetentes:
a) Trabalho precário
b) Extorquir dinheiro ao estado através de esquemas ardilosos
c) Emigrar
Ergam-se as vozes da indignação!