quinta-feira, novembro 25, 2004

Metro no Porto

A questão de fazer passar o Metro na avenida da Boavista tem levantado alguma polémica. Pelo que tenho lido em vários blogues e comentários nos mesmos, a opinião dos cidadãos portuenses é bastante negativa (diria mesmo consensual....) em relação à proposta apresentada na passada 3ª feira.
Basicamente, esta proposta assenta nas seguintes premissas: metro à superfície, eliminação dos cruzamentos à esquerda, eliminação do estacionamento, retirar as árvores no meio da avenida (e plantação de novas nos passeios) e criação de mais um viaduto com prejuízo para o Parque da Cidade.
Os jornais pouco ou nada falam deste "movimento" quase silencioso, limitando-se a publicar o que lhe és dado pela empresa Metro do Porto e pela CMP.
Tudo isto deixa-me preocupado. Parece-me que estão aqui interesses e influências em acção e que não permitem que surjam vozes discordantes. A ideia de chamar uma equipa de arquitectos sonantes como Alvaro Siza e Souto Moura (como Miguel Barbot chamou de "garantia de qualidade") é mais uma pressão para que não se possa contestar o projecto, tal a importância dos proponentes!

Já aqui dei a minha opinião sobre o assunto e insisto:
- Prefiro a criação de uma linha que passe pela Foz, Praça do Império (servindo a escola Torrinha, Universidade Católica), Pasteleira, Campo Alegre (servindo o bairro do Aleixo, Lordelo, ISAG, Guerra Junqueiro, António Cardoso, Polo Universitário) e depois ou subir para a rotunda, ou continuando pelo Palácio de Cristal até à Baixa (também defendido por João Medina no blogue "A Baixa do Porto").

- O Metro deve ser SUBTERRÂNEO! Sobre o assunto, concordo com Armando Peixoto (no mesmo blogue "A Baixa do Porto"). Andamos nós aqui a poupar para Lisboa esbanjar 137 milhões de euros para construir duas estações numa linha com 2 km. É preciso que estes governantes deixem de atirar areia aos olhos das pessoas!
O mito de fazer túneis no Porto já caiu por terra. Qual é a razão para insistir em fazer o metro à superfície? Na minha opinião: 25%! 25% do valor total da obra pode ser utilizado na recuperação da envolvente da obra. Ou seja, é uma forma de conseguir financiamento do Estado para obras numa cidade...

- Outra razão para quererem fazer isto à pressa é a necessidade de mostra obra. Seria muito provavelmente, a única obra iniciada, desenvolvida e terminada durante o mandato deste executivo camarário. Custe o que custar!

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