A Câmara do Porto decidiu liberalizar os horários do comércio tradicional de forma a torná-lo mais competitivo face às grandes superfícies. Assim, aqueles podem ter horários alargados entre as 6h e as 24h, inclusivé ao Domingo.
Como seria de esperar, estes comerciantes reagiram negativamente à proposta, dizendo que não é isso que trará mais clientes às suas lojas.
De facto, não basta. Não é uma medida avulsa que vai trazer clientes às lojas da baixa do Porto, mas também não é fechando as lojas às 18h e encerrar aos fins-de-semana que será uma medida acertada.
Neste assunto (como em muitos outros sobre o Porto) estou de acordo com Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto. Moreira considera proveitoso para o comércio tradicional abrir um ou dois dias por semana, em paralelo com uma agenda cultural: "Tem de ser um plano concertado, uma estratégia que integre várias medidas" e definido a um nível metropolitano.
Eu diria que, para além disto, as lojas deveriam fechar mais tarde nos restantes dias, por exemplo às 20h.
Relativamente aos domingos, defende que deveria haver restrições e "Quem quisesse abrir aos domingos - grandes superfícies incluídas - teria de pagar uma taxa, um imposto municipal para essa licença especial. A receita desse imposto serviria para criar um fundo metropolitano que, por sua vez, revertia para apoios ao comércio tradicional".
3 comentários:
Estou plenamente de acordo com o Rui Moreira.
Não será só o facto de o comércio tradicional estar aberto até mais tarde que trará mais pessoas á baixa do Porto, tem que haver algo mais do que isso para atrair as pessoas a irem á baixa.
O que este senhor pede é ridículo! Quer dizer, nas grandes superfícies os donos das lojas nao se importam de abrir ao domingo e ficar até mais tarde para conseguirem ter mais clientes. No comercio tradicional, alem de nao quererem trabalhar e lutar por terem mais sucesso junto à clientela, ainda querem ter subsidios pagos por quem trabalha! Acho que sim, esta é uma medida justíssima e vai trazer mais gente à baixa...
O que tem de haver é qualidade, horários adequados aos consumidores (e nao aos lojistas...) e uma oferta cultural, ao nível da rua, que seja uma mais valia. Artistas de rua, estudantes de música e bandas de garagem. Nao é uma medida muito cara e seria um óptimo impulso para a cidade.
A ideia de cobrar uma taxa para quem decida abrir a loja ao Domingo fez-me "torcer o nariz". No entanto, temos de ver o problema dos vários lados.
Por um lado, o do funcionário. Mesmo que não queira trabalhar ao domingo não tem alternativa. o argumento "não quer, que se mude" não é fácil de se aplicar. São pessoas que precisam do trabalho e não encontram alternativas facilmente.
Por outro lado, a loja que abra ao domingo tem à partida uma vantagem sobre as demais que ficam fechadas. Mas, estando essa loja na Rua de Cedofeita, por exemplo, só vai lá gente se tiver mais lojas abertas. Não é porque está lá aberta uma sapataria que leva os portuenses num domingo à Rua de Cedofeita. Daí haver a necessidade de se tomar esta decisão de uma forma concertada. Por exemplo, abrir no primeiro domingo do mês.
As receitas com as taxas propostas por Rui Moreira podem ser aplicadas na divulgação destas iniciativas, promover exposições na Baixa; acordar com a metro a oferta do bilhete para a Baixa (da mesma forma que os Shoppings oferecem o estacionamento); em dias de bom tempo, promover jogos para as crianças (convém lembrar que as idas para o shopping são um programa familiar!), etc etc.
Imagino que estas receitas aplicar-se-iam quer para as lojas nos shoppings como para as lojas do chamado comércio tradicional.
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