Perdoem-me os leitores do Portuense, mas não posso deixar de fazer referência a esta exposição sobre uma pessoa que tanto me diz.
Estará patente ao público, entre 29 de Novembro de 2005 e 29 de Janeiro de 2006, uma exposição na galeria da Biblioteca Almeida Garrett – Palácio de Cristal, inserida no programa da Homenagem ao Dr. Artur de Magalhães Basto (1894-1960) promovida pela Universidade do Porto.
O homenageado foi figura de referência das letras portuenses. Destacou-se como docente da primeira Faculdade de Letras da Universidade do Porto, extinta em 1931, onde ensinou Geografia e História. O gosto pelo Magistério levou-o ainda a trabalhar em alguns estabelecimentos do ensino secundário da cidade, com destaque para o antigo Colégio João de Deus. Desde cedo, mostrou interesse particular pela História, apesar de a sua formação de base se situar no campo jurídico (licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa – 1922). Destacou-se enquanto responsável maior pelos arquivos da cidade do Porto: foi Director do Gabinete de História da cidade – hoje Arquivo Histórico Municipal, Director do Arquivo Distrital e Chefe do Cartório da Santa Casa da Misericórdia. No exercício destas funções, para além de deixar marcas da sua personalidade impar, testemunhada pelos muitos louvores que a sua acção foi colhendo, a sua maior virtude foi a de conseguir dar vida a muitos documentos que a “poeira dos arquivos” destas instituições escondeu por largo tempo.
O homenageado, pelo seu persistente trabalho conseguiu transmitir-nos um importante legado sobre a História do Porto, difícil de igualar pela quantidade, pela novidade, pela originalidade mas sobretudo pela capacidade crítica que revela em muitos dos seus textos, artigos, livros e na sequência de 1445 crónicas semanais publicadas no Jornal “O Primeiro de Janeiro”, ininterruptamente, entre 1930 e 1960. Em todos os domínios temáticos conseguiu deixar abundantes contributos para a História Local. Imprimiu ainda dinâmica própria à revista “O Tripeiro” e ao Boletim Cultural da Camâra Municipal do Porto”, periódicos que soube dirigir no melhor sentido. Registamos também a sua aproximação e abertura às principais instituições de formato cultural do seu tempo, às quais não negou colaboração empenhada. Assim aconteceu com o Ateneu Comercial do Porto, com o Clube Fenianos Portuenses e com o Clube Portuense, espaços onde em várias ocasiões mostrou a sua faceta de escutado conferencista.
Informação retirada do site da UP
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